Como chegar e visitar o Campo de Concentração Dachau na Alemanha

O campo de concentração Dachau está localizado a cerca de 20 km de Munique na Alemanha, criado em 1933 pelo governo nazista, com o intuito de confinar, torturar e matar homossexuais, testemunhas de Jeová, poloneses, ciganos e judeus, sendo este último grupo o mais perseguido por eles. Este campo serviu de modelo para muitos outros construídos pelos nazistas.

Dachau foi palco de tortura, crueldade, desumanidade e massacre em massa até ser libertado por tropas do Exército dos EUA em 1945, atualmente é mantido como um memorial aberto ao público, para que as pessoas saibam e sintam tudo que foi sofrido ali e que nunca mais se repita o mesmo erro do passado.

Veja nossa experiência ao visitar Dachau e passo a passo para chegar no campo de concentração por conta própria.

Roteiro de 15 dias pelo Leste Europeu

Como é a visita no campo de concentração Dachau

Fiquei arrepiada quando cheguei em Dachau, por saber da quantidade de pessoas inocentes e indefesas que entraram por aquele mesmo portão e foram torturadas e mortas. O portão de entrada tem a frase “Arbeit macht frei” que significa em português “O Trabalho Liberta” expressão conhecida por se encontrar na entrada de vários campos de concentração.

O acampamento foi construído para ter capacidade de até 6.000 presos, porém chegavam abrigar mais de 30.000 em condições degradantes e para piorar eram obrigados a fazer trabalhos forçados sem descanso, usados como cobaias em experimentos médicos bizarros, muitos morriam de frio, fome e doenças por causa das péssimas condições de vida que tinham, além do suicídio.

Haviam 32 galpões dormitórios, cada um com capacidade para 270 prisioneiros, porém chegavam a colocar 1.600. Os galpões eram construídos de madeiras sem proteção contra a temperatura externa, eles dormiam em camas de madeira passando frio, sede e fome.

Após a guerra, muitos barracões foram destruídos e o que restaram foram suas fundações.

O crematório era usado para incinerar os judeus mortos, muitas vezes não davam nem conta porque eram pilhas de cadáveres.

O campo foi construído para tornar uma fuga impossível, a área era cercada com arame farpado eletrificado, valas, muros e sete torres de vigia. Uma coisa era certa neste campo: a morte! Muitos prisoneiros sem esperança de sobrevivência tentavam escapar, mas não conseguiam, eram eletrocutados nas cercas ou fuzilados.

No dia 25 de abril de 1945, o exército dos EUA foi encarregado de libertar este campo. Quando chegaram viram 39 carruagens com centenas de mortos empilhados, muitos em estado de decomposição. Entre os anos de 1933 a 1945 estima que Dachau teve 200.000 presos, apenas 32.000 foram libertados.

Nandor Glid foi um sobrevivente do campo de concentração, após o fim da guerra construiu memoriais no intuito de prestar homenagens as vítimas. Um dos mais famosos é o “Memorial internacional” representando a cerca de arame farpado com esqueletos humanos pendurados. Ao lado o memorial com escrita em quatro idiomas: “Que o exemplo daqueles que foram exterminados aqui de 1933 a 1945 na luta contra o nazismo, faça com que os vivos se unam para defender a paz, a liberdade e o respeito pela pessoa humana.”

Outro Memorial é “O prisioneiro desconhecido” criado por Fritz Koelle, um escultor alemão. Nela está escrito “Honrar os mortos, lembrar os vivos”.

Memoriais religiosos também foram erguidos, famílias das vítimas ainda prestam homenagens nesses espaços.